Analisando o UFC Rio.

Depois de 9 anos de judô, 2 anos de Muay Thai e alguns meses de Boxe, eu entrei no Jiu Jitsu. O que dá isso tudo? MMA - minha nova paixão, a cá Mixed Martial Arts. O MMA é tipo tudo-junto-ao-mesmo-tempo-agora dessas lutas todas.

Semana passada teve um super mega evento de MMA no Rio de Janeiro: o UFC 134. Foi lá que Anderson Silva, Minotauro e Mauício de Ogum, o Shogun-Bate-Que-Eu-Gosto, escreveram seu nome na história do esporte dentro e fora do Brasil.

É claro que um evento desses ia ser holofote pra todo lado e a gente não vai deixar de comentar sobre os famosos que fazem a alegria dos sites de fofoca. Let's vamos lá!

Sim, meus amados leitores. Enquanto todas as atenções se voltavam para o octógono, todo o magenta da minha tela se voltou ao pullôver fechação de Eike Batista. Já pensou se não é o nariz de Luciano Huck pra nos proteger da radiação? Valeu, Lu!

                                 

Como falar de luta sem falar de pancadaria? Luma de Oliveira, a eterna rainha de bateria da Viradouro foi prestigiar o ex marido combate com o mesmo tom de magenta. Já tô vendo o WGSN publicando a nova cor da temporada: Magenta da discórdia.

Ainda na temática ''Aprendendo com lutas'', sabe aquela história de que ''O verdadeiro perdedor não é o que cai, mas o que permanece no chão''? Pois é... olhaí a Adriana Bombom reconstruindo a vida em sua milhonésima centésima aparição como repórter freela de algum programa televisivo com matérias verdadeiramente construtivas. Se liga no rosa da luva! #trend

Mas nem só de fashionismo e apelação viveu o UFC Rio. Ronaldo Fenômeno quis ser discreto, sentou no meio da multidão, usou pretinho básico e colocou lib no peitcheenho pra não dar vexame. 

Agora o boy é marketeiro e vai vencer muitas concorrências que eu e você, amigo publicitário internauta, participarmos. Adoro'ele.

Momento #Bixamá: olha o veneno escorrendo na boca do jornalista da pessoa que escreve no site EGO. Simões, fecha na legenda e põe na tela!

Momento elogio: Joana Prado não é a mesma pessoa de alguns anos atrás - opa! Ela ficou mais linda, ela ficou mais elegante, ela ficou mais simpática e olha... é bom gravar essa imagem dela, porque é a última coisa bonita que você vai ver nesse post.  

Porque né...? Se liga na próxima foto:

Não é feitiçaria. Nem tecnologia. É a Thalma de Freitas exibindo uma dentição já em homenagem aos jebs, uppers e cruzados que a gente vê no ringue. Acho conceito.

Agora sim! O momento mais esperado do post. Esqueçam tudo o que vocês aprenderam sobre a vida. Esqueçam os valores, os costumes, as culturas e as teorias. Nada mais importa além...

DA TESTA DE MURÍLO BENÍCIO!!! PAH!!!

Agora me diz: Foi a mando da Guilhermina Guinle? Da Giovana Antonelli? Da Carolina Ferraz? Seria excesso de Photoshop ou carência de Finasterida? Calvice toma a cabeça e parte do meio ambiente? 

Deixo vocês com essas reflexão...

Okey? Então Ok.

O casamento real [ post atrasado ]

Hoje de manhã aconteceu o casamento do Príncipe William com aquela zinha lá... É isso mesmo, cumpadi! Eu, como fã número 1 do príncipe, desde meus 8 anos de idade, celebro hoje o luto em memória a uma era de esperança e sonho do meu falecido (pra mim ele morreu!), o amado Duque de Cambridge.

Mas nunca se sabe. O divórcio foi inventado na Inglaterra... E vamo falar de coisa boa. Vamo falar de MODA no casamento Real.

Como você bem acompanhou, a Inglaterra tem uma tradição incrível em alfaiataria e chapelaria - principalmente para as mulheres. Acho que isso até foi mais comentado que a união (meu ovo) real em si. Vou sair um pouco da propaganda hoje e voltar às minhas origens de profissional de moda, porque né...? Foi cada look boca de confusão nessa cerimônia, que ia ser desperdício não falar. LETS!

Dizem que essa com roupa de representante do laboratório Roche é a namorada do Príncipe Harry. O nome da bisc... da gata é Chelsy Davy. Não vi nada demais no look, acho que teve medo de sair do padrão, sei lá.

Essa é a primeira aparição do cruzamento de Bruna Surfistinha com Lady Gaga e Gina, dos palitos de dente. A moça resolveu inovar no acessório da cabeça, evitando o desperdício de milhares de melancias.

Quem disse que não teve animação nesse enlace? Taí a ararinha Blu, do filme Rio, que não me deixa mentir. Imagina quanto de sushi que não deve caber nessa barca, Brasil... hmmm, deu fome!

Depois não venham me perguntar o que está havendo com os ursos polares... Melhor são essas pences no busto, que deram pra acinturar o vestido e acabaram servindo de mamêlos polêmicos fake. Se você é frígida e não acende o farol nem com reza, fica a dica! Não goshto dela, falou, maluco?

Okey? Então Ok.

O fora

Esse post é diferente. Ele foi escrito à mão antes de ser digitado aqui.

Eu lembro que quando cheguei em São Paulo com uma mão na frente e outra atrás, minha programação aos fins de semana era ir a pé de Higienópolis à Livraria Cultura para ler. Eu lia o máximo de livros e escrevia sobre cada assunto. Até esse blog rendia mais, vocês devem ter percebido.

Bom, financeiramente as coisas mudaram - e que bom! - e essa pegada humana foi-se perdendo no Twitter. É muito mais fácil ser criativa em 140 caracteres e as respostas vêm mais instantâneas. Isso me seduziu. Mas a realidade é que tudo o que é fácil nos deixa preguiçosos. O que isso tem a ver com o título do post?

TUDO.

Estranho abrir esse tipo de intimidade aqui, mas eu não pago terapia exatamente porque blogar é grátis.
Pois bem, eu levei um fora. E como eu sei que você, o Silvio Santos, A Gisele Bundchen e até o Einstein também já levaram, acho válido escrever sobre. Faz de conta que é nossa roda de auto-ajuda.

Aqui em São Paulo, eu percebi que a vida imita a web. As pessoas são realmente mais instantâneas. Se o amor é líquido? Ele praticamente chega a garoar - faz que vai ser torrencial, mas nem é. Com isso, levar um fora não dói. Você não tem muito tempo para processar. O fora que eu levei me fez ficar mal por umas duas horas. Até cheguei a chorar um pouco de chateação - o que é uma boa nessa baixa umidade do ar... Foi um sofrimento quase que em 140 caracteres. Estranho.

Quando rompi meu namoro/noivado em 2007 eu fiquei péssima. Fiquei sem comer, sem sair de casa... Ele foi, sem dúvidas, o meu primeiro e grande amor. Não sei se o único, porque tem muito chão pela frente. Mas hoje, avaliando os meus dois comportamentos diante de um...ham...fim, eu posso dizer que a melhor parte da história é a própria história. No caso do Chris, o de 2007, dá uma felicidade danada de dizer ''EU JÁ AMEI!''. Tanta gente já passou por esse mundo e nunca sentiu o que eu havia sentido...

O que eu quero dizer é que, com ou sem amor, um fora não é só um fim. Um término não é só um fim, e uma separação não é só um fim. É no fim que você entende que os relacionamentos - sejam eles movidos a amor ou sexo - começam emocionais e terminam racionais - como esse post aqui. E que, no sexo ou no amor, tudo o que começa artificial termina descartável e tudo o que começa natural termina orgânico.

É claro que esse não é o primeiro ''chega pra lá'' da minha vida e nem o último. Exatamente por isso ele se tornou especial. Ontem tomei um fora e tive que voltar para uma palestra, bem na hora que o telão exibia uma frase do jogador de basquete Michael Jordan, que dizia o seguinte: ''I failed, failed and failed again. That's why I became a champion''. :)


Foi aí que eu vi que eu estava sozinha em São Paulo e com uma super oportunidade! Por mais que o Crioulo cante que ''Não existe amor em SP'', justiça seja feita, a falta dele é que nos move a buscar um pouquinho mais de humanidade. Eu começei aqui, escrevendo esse texto à mão e levando para a web um pouquinho de sentimentalismo. E vejam só, aí vem mais um fim. O fim do post. 


E que bom - significa que outros virão, talvez melhores!


Com amor,


FIM. ;)

A Páscoa

Muito tempo sem postar aqui, né? Foda-se. O blog é meu!

São exatamente onze horas da sexta-feira santa. De acordo com a Bíblia, é hoje que Jesus é crucificado e acontece a virgília Pascal. Eu sei dessas paradas todas, porque já fui coroinha (e cantei na missa...e fazia as leituras... e os salmos... e comentava...). Tá vendo só? Não pense que a vida tá ganha só porque seu filho vai à Igreja direto. Olha eu aqui pra lacrar com essa possibilidade! PAH!

Mas a Páscoa tem um bocado de significado legal e curiosidade. Por exemplo, muita gente acha que a data mais importante para os cristãos é o Natal, porque Jesus nasceu. Nem é! É a Páscoa, barão! Porque né, pensa comigo: Jesus nasceu. Ok. O Brad Pitt também nasceu. Jesus morreu. Ok. Brad Pitt também vai papocar com linha carretéu e tudo. Mas aí Jesus ressucita, só pra causar com todo mundo do Novo Testamento.

Agora me diz: quaaaaaando éééé que o Brad Pitt vai fazer uma proeza dessas? Só se a Angelina Jolie encomendasse os serviços de Irmã Jurema, que traz a pessoa amada em 3 dias. Ou então se uma atendimento de agência prometesse. Não, porque elas prometem e a gente que se vire pra fazer o defunto voltar no prazo! Mas vamo falar de coisa boa. Vamo falar de ovo de páscoa.

O ovo de páscoa é um elemento que simboliza ''VIDA''. Quem nunca ficou feliz da VIDA depois de ganhar um ovo Ferrero Rocher, ou um Diamante Negro? Da mesma forma, quem nunca ficou Puto da VIDA, quando ganhou um ovo hidrogenado Puro Amor?

Aí também tem o coelho, que não nasce em ovo, mas sempre está associado a isto. Particularmente, tenho asco do coelhinho da páscoa. Imagina: tem Um Cara morrendo numa cruz, enquanto um coelho cor de rosa, com roupas em floral liberty, sai iludindo as crianças que ele dá ovo de chocolate, enquanto os pais que se fodam pra comprar. Ainda tem a musiquinha, que sempre me pareceu estranha:

''Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim? Um ovo, dois ovos, três ovos assim''
[ Peraí, assim como? Qual o comparativo que essas crianças fazem? Qual a relação e o critério? Bando de criança maconheira! Ok. ]


''Coelhinho da Páscoa, que cor ele tem? Azul, amarelo, vermelho também''
[ Mano, dando um Google, descobri que esse coelhinho é Venezuelano. Ou então de Andorra. Mas pela ordem das cores, ele é romeno. Pela relação narcótica, nítida no primeiro trecho, esse coelhinho também pode ser Colombiano. Enfim, se ele é azul, amarelo e vermelho, por que a representação é rosa? Tem que ver issaí... ]

Ainda falando de Crucifixão, existe uma coisa na Páscoa que os católicos adoram: a via crucis, que é a representação da morte e ressurreição de Jesus. Um monte de gente que fez street dance na escola municipal do bairro encenando a história que construiu toda uma filosofia de mais de dois mil anos. E sim, eu já fiz várias. Fui Madalena, Maria, Verônica... é, só essas mesmo. O resto acho que era soldado e... Jesus. Eu nunca fui Jesus, ficava arrasada.

Aí o que acontece? Acontece que a Rede Globo fica empurrando os atores dela pra Nova Jerusalém, para atuar na Paixão de Cristo de lá. Olha, gente... ver Jesus sendo crucificado já não é legal. Mas colocar a Susana Vieira na mesma cena é muito sofrimento, né não? Fala aí, Susanão!

Na Páscoa, as pessoas devem guardar a sexta-feira para o jejum ou a privação de carne. Uma coisa que sempre me intrigou é: se eu comer miojo sabor carne, vou tá agindo de má fé? Por via das dúvidas, fui criada num ambiente de jejum. É que quando meu pai viajava (ele era cozinheiro de navio e fazia coisas muito gostosas!), ficávamos à mercê da minha mãe. Então, ou era jejum, ou um sacrifício muito maior. Não é que minha mãe cozinhe mal... é que ela avacalha mesmo (MÃE, TE AMO, MAS É FODA...).

Lembro que, durante a oração do almoço de Páscoa, o Júnior, meu irmão mais velho, falava: ''Obrigado, Senhor, por este alimento...''. ''E perdão, Senhor, por não sabermos preparar''- eu completava. TODOS RIA.

Uma das sobremesas de páscoa é a Columba Pascal, um tipo de resto mortal de panetone Bauducco que não consta no meu histórico de família indígeno-italiana-germânico e hoje todo mundo inventa de comprar. Nada que 30 segundos no intervalo da novela das oito não transforme em tradição.

 O nome columba vem de um tipo de pomba, que dá formato ao bolo e, como todo mundo sabe, a pomba é um ícone religioso que representa o Espírito Santo e a paz - vale lembrar que o Espírito Santo é coladinho no Rio de Janeiro e a paz... Bom. Deixa pra lá. O que importa é que podia ser qualquer coisa em forma de pomba. Chocolate em forma de pomba, cajuzinho em forma de pomba, pizza em forma de pomba... Mas não, eles realmente querem reutilizar os ingredientes de panetone que sobraram do Natal.

Cristão ou não, você deve saber que Páscoa é um feriadão gostoso - em todos os sentidos - e que dá pra extrair um monte de coisa boa desses significados que eu falei e de mais um monte que nem vieram. Só que bacana mesmo é replicar essa coisa de nascer de novo todo dia. Um princípio cristão, que também é budista, que também é muçulmano, que também é darwinista... No fim, prevalece a filosofia do mecânico de borracharia: sempre dá pra melhorar. Isso que é o bom da vida.

Okey? Então Ok.

O Sabonete

Desde que as ancas mudaram o nome popular para bunda, o mundo não é mais o mesmo. De lá para cá, coisas absurdas acontecem, verdadeiras anomalias industriais passaram a ser produzidas em larga escala descaradamente.

Se Zigmunt Bauman tivesse vivo (ele tá, gente! Falei só pra gerar o buzz), acrescentaria a seus famosos estudos como ''O amor líquido'', ''A modernidade líquida'' e ''O medo líquido'' mais um consagrado título: ''O sabonete líquido''. Não, porque é impressionante o que a gente passa para comprar um negócio desses.

Primeiro que antigamente sabonete era sólido. Não tinha esse negócio de liquidez. A Classe C e D que tá lendo isso sabe do que eu tô falando e entende o sofrimento que é ver o dinheiro escorrer em um banho, porque foi feito em mililitros. Fora que tem os aromas, que são um capítulo bizarro extra.

No meu tempo, tinha sabonete glicerinado (Até hoje não sei que diabo é isso, mas foda-se! Era glicerinado, ok? Tava bom assim), também tinha sabonete com cheiro de rosas e de coco. Clássicos da industria saboneteira. Aí começaram a avacalhar, puxar para o lado dos sabores. Sabonete de camomila, sabonete de erva doce, sabonete de capim limão... Gente!!! Se for pra entrar no mérito dos chás, faz a droga de um sabonete de Santo Daime, que a pessoa já fica com a miração de uma pele macia, protegida e hidratada.

Falar nisso, inventaram de segmentar sabonetes, que nem fizeram com shampoo. Agora tem sabonete para pele sensível, sabonete para pele seca, extra-seca, normal, negra... Que racismo é esse de pele normal e pele negra? Também não tem sabonete para pele mameluca, nem parda como a minha, por exemplo. Tem que ver issaí...

Segundo, que, como é que eu vou saber, do alto de minha aridez epitelial, se minha pele é extra-seca ou só seca?  Esses sabonetes populares acham que a gente tem a técnica? Acham que vão nos curar com um quarto de creme hidradante?  Até porque, galére, geral gosta de exagero, doses cavalares! Deixa de miséria! Joga mais hidratante nisso aí, põe no rótulo ''Agora com duas copadas de hidratante, mais vitaminas D e Ferro''. Pronto! Resolvido o problema!!!

Inclusive tenho um conselho para a indústria de sabonetes populares: abram o oho e subam o preço! Agora que houve um considerável salto econômico na massa, todo mundo inventou de comprar Natura pra provar que pode mais. É um tal de um kit de cinco sabonetes por dezoito reais, de vários cheiros diferentes... Além de pagar mais, a criatura fica naquela espera de um mês, sem ter com o que se lavar. Um masoquismo com cheiro de limão e macadâmia - os que vendem mais! Bom que a galére nem sabe o que é macadâmia, mas tá lá, firme e forte, passando no corpo.

Legal que esses sabonetes da natura se pagam. É um negócio infinito... Tenho certeza que jogaram extrato de Niemeyer e óleos essenciais de Hebe Camargo naquela porra. Não acaba nunca! E aquele de neném, que fala ''Macio como a mão da mãe da gente''? Mano, se soubessem como eu apanhei da minha mãe, eles tirariam a mercadoria toda das gôndolas.

Ah, mas o importante é que o sabonete sempre esteve conosco, dando cheiro ao zeitgeist que lhe cabe. Não importa o valor, sabonete desperta nossa memória olfativa e tem o poder de resgatar lembranças - boas e ruins. Mas nada que um bom banho não lave...

Okey? Então Ok.

A Classe C e eu

Como alguns já sabem, sou uma Classe C puro sangue. Um dos motivos pelos quais saí da moda e entrei para a comunicação foi meu histórico de descobertas do mundo pela propaganda, porque ela tem esse poder sobre nós, emergentes do social!

Fui uma criança regada a desejos de coisas que eu via e não podia ter. Só de vez em quando, se sobrasse dinheiro, claro. Um dia meu pai falou: ‘’Quando as coisas melhorarem, vamos comprar até sucrilhos e gel de cabelo, pra ir todo mundo bonitinho pra escola’’. Essas declarações, apesar de engraçadas hoje, enchiam a gente de esperança, e olha que o gel era uma coisa muito, muito sci-fi para minha família.

Computador jamais! Minha mãe dizia que era do capeta, até que ganhei um concurso de redação no Instituto Ayrton Senna e tive o meu. Isso, podem culpar o Instituto Ayrton Senna por eu ser o que sou.

Mas então, automaticamente, o PC passou de demoníaco para oráculo da vida. Em 1996, quando os patins viraram moda, passei por um de meus piores momentos. Já existia crédito para os pobres comprarem as coisas, então, todas as crianças do bairro andavam de patins, menos meus irmãos e eu. Lá em casa, o pensamento ainda era o de crise e minha mãe tratou de implementar plano de mídia from the hell sobre patins:

-       (Jan - Mar) Era do demônio;

-       (Abr - Jun) Quebrava as pernas das crianças;

-        (Jul – Set) Era moda e ia passar logo;

-       (Out - Dez) Quando eu trabalhasse para pagar um eu teria o meu.

Paremos aí. Muita coisa passou pela minha vida sem que eu pudesse experimentar, sob alegação de que, quando tivesse dinheiro, eu teria.  Aí era um pânico, porque eu me via velha, caquética, aprendendo a andar de patins, sozinha, enquanto os resto dos velhinhos estaria em outra vibe.

Hoje tudo mudou para a Classe C, porque ela passou a ter esse nome. O C, que não vem mais depois do A, nem do B. O C, que vem de Consumo. Dominamos o mercado e somos dominados pelo hedonismo. Eu como até sucrilhos, gente!

                                     

Não há como negar que a melhoria social nos libertou da privação. A Classe C compra e compra muito porque quer pertencer ao mundo. Tudo é lucro. Tudo é colorido. Aliás, quanto mais colorido melhor. Tudo é comemoração, porque comprar é uma alegria só.

A Classe C preza a novidade da inclusão, os benefícios funcionais e o prazer que um produto pode proporcionar. O mundo rascunho, descartável, é uma descoberta para esse público. A Classe C ainda não digeriu por que os diretores de arte e os publicitários cool, que vão para a Disney com a família, para Bariloche com os amigos e para Paris com a namorada todos os anos tanto adoram o minimalismo e as formas limpas. O mundo da Classe C não tem formas limpas, porque ela quer ver a abundância bem representada.

A Classe C quer fazer parte, daí tanto investimento em imagem. Precisa ser cheirosa, usar roupa da novela, saber as musicas do momento, colocar silicone em vinte vezes... Porque a imagem virou uma forma de inclusão tão importante quanto a educação.

Sou infinitamente grata ao universo por vir desse berço das descobertas do consumo e ter a chance de trabalhar com comunicação de consumo. Tomara que essa feliz coincidencia sirva de alguma coisa no meu trabalho um dia.

No fim das contas, o Leão em Cannes não vale nada se não agradar quem mata um leão por dia.

Okey? Então Ok.

O Ônibus.

Como muitos sabem, realizei recentemente um dos maiores atos de coragem da pós modernidade: eu mudei de emprego. Modifiquei toda uma rotina e saí de uma zona de conforto (não, eu não trabalhava na Augusta!), em prol de novas experiências e aprendizados e crescimento profissional. Mas isso não é o foco do post de hoje. O foco do post de hoje são os ônibus.

 

Tenho TRÊS opções de ônibus para chegar até a firma nova:

1) O Perdizes A (não sei a segunda palavra, mas deve ser desses nomes indígenas com que batizam as linhas que passam por bairro pobre).

2) O Perdizes M (idem)

3) E o Apiacás (que é indígena e homônimo da rua onde fica minha agencia), mas não pego porque é amarelo. Vai entender...

A maioria das vezes, pego o Perdizes A, que é azul-facebook, sempre no mesmo horário. Quando escolho essa linha, costumo sentar próximo a um pôster da Hebe sorrindo, com aquelas plásticas e aquelas jóias opressoras. No texto, uma mensagem para a classe desfavorecida: ‘’Saúde não tem preço’’. 

Vindo da Hebe, que não se livrou de um câncer seríssimo no SUS, fica meio desconexo. Mas Ok, Hebe é diva.

Em frente ao pôster, sagradamente senta uma gorda comendo coxinha de palmito, o que me irrita profundamente, uma vez que nem deveria existir qualquer outra manifestação de recheio de coxinha que não fosse frango. Gorda incoerente! Aí vocês me perguntam: tia Leeeeila!!! A senhora fica olhando o recheiooo?

Fico. Fico e sempre é palmito se querem saber. PAL-MI-TO!

 

Passando no heavy centro, ali pela avenida São João, percorro todo um viaduto com seus moradores. Santo Maluf! Não fosse por ele, onde essas pessoas poderiam morar, heim? Aí sim, vi vantagem! Em determinado trecho, uma pichação interessante: ‘’Nóis rouba, nóis trafica, nóis ama. X-TUDO e Loirinha, é nóis que ta’’.

Embora do esgoto, qualquer mulher choraria de emoção com uma declaração de amor assim. O cara se deu o trabalho de se arriscar, pixar o muro, falar que rouba e trafica, só pra assinar com o próprio...ham... eu lírico e o de sua respectiva. É muito amor, gente.

Chegando próximo a Perdizes, mas ainda embaixo do viaduto, tem um trecho com cheiro bem estranho. Cheiro de lixo. Lixo com banana podre. Aliás, na minha opinião, todo lixo tem cheiro de banana podre, aí você vai ver e não tem banana nenhuma. É sobrenatural! E sempre ao lado do lixo, um mendigo com cheiro de urina e sovaco. 

Quando rezo para o cheiro ir embora na primeira marcha de partida que o motorista der, Murphy aparece triunfante e o mendigo adentra meu ônibus, sentando no banco a meu lado. O mendigo vai até umas paradas próximas às minhas, olhando para minha cara. Eu nem ligo, vou cantando alto meu Fagner no fone de  ouvido e ta tudo certo. Pra isso que tem meu Charisma que tirei pedido na revista AVON, pra retocar nessas horas. Acho chique.

Depois é só alegria. Chega rapidinho. Digo mais: andar de ônibus não é o fim do mundo, como muita gente pensa. É interessante e agrega pra quem gosta de observar o mundo e viajar nas ideias. Todo mundo devia fazer esse exercício de passividade uma vez na semana. Cansativo é querer ser o que não é. Chique é ter assunto e opinião formada.

Okey? Então Ok.

 

O Carnaval - Resumão segundo o site EGO

Prometi perante os olhos de Betty Davis (hoje só o buraco e a catinga) que não mencionaria essa bagaceira festiva do início do ano. Hesitei, esperei terminar e só então avaliei o tamanho do estrago e o número de vítimas da folia. E olha só quem fez as vezes de cavaleiro do Apocalipse do Carnaval 2011 antes de mim: o site EGO!!! (Plim! Plim!)

Vamos avaliar fotos e legendas especialíssimas, além de matérias imperdíveis que esse grande portal de notícias relevantes trouxe até nós, telespectadores e internautas desprovidos de senso crítico? Então vamo!

#Se você gosta de gente famosa, bonita e bem sucedida, se liga nessa!

Sabe o que me faz gostar mais do EGO? É essa prestatividade para com o leitor, até porque, se não fosse por ele, ninguém ia lembrar quem é a criatura na foto acima. Acho que nem ela mesma, afinal não há um sobrenome artístico para um participante de reality show. Taí, Juliana BBB4 que não me deixa mentir. Arrasa, fia!

Ele poderia ter dado uma voadora subzero, ou um peteleco na orelha. Ele poderia ter levado ao motel e ter dito que confundiu com uma mulher porque sofre de hipotireoidismo. Mas não, caro leitor! Não! Ronaldão escolheu a forma mais suja de humilhar nosso já humilhado pelo noticiário Edmundo Animal.  Golpe de mestre esse que vemos na foto. ''Batche, bitch!'' - Egípcia nele, Ronaldo!

Não basta ser indigente, tem que ter uma tonalidade de cabelo definida, lóóóógico. Não quero nem saber o que tava acontecendo na parte inferior destes corpos, para a mocinha exibir tal semblante. Xapralá. :)

Ôôôô, Rooooger! Quem mandou tu incorporar a Helena Ranaldi, rapaaaaz? Taí a coitadinha toda cuspida (não, porque eu quero acreditar que isso seja cuspe!), se colocando diante de tudo e de todos. Mulher, vá se lavar, vá!? A gente espera, né, gente?

Vejam com atenção a legenda desta foto. Agora me digam: vocês sabem o nome disso? O nome disso é MALDADE!!! Deboche do look humilde, quiçá despreparado de nossa amável Luana Piovani. Ainda por cima frisaram sua condição avulsa em pleno Carnaval, justo na época em que o boy foi ali, comprar cigarro. Solidarizo-me, pois sei como é isso.

Luiza Brunet, bárbara, com esse look de Rainha de Bateria (ela é minha preferida, falei!!!). Uma coisa é ela ser uma deusa que você mantém, outra é fazer a linha humilde que vai rezar o terço na casa da Dona Clarice e na volta passa na padaria pra comprar 200g de mussarela. Não orna, mulher. Tome tendência!

Graaaande @angbismarchi !!! Uma musa inspiradora em todos os sentidos! Nem vou comentar, pois é como dizem meus amigos fotógrafos: NÓS TEMOS A FOTO!

Camarote Brahma também é glamour e influência! Vejam só os ''Bam Bam bans'' dessa lista maravilhosa de convidados! Geisy Arruda era puro charme e sedução com esse truque de mão na cintura e megahair no suvaco pra esconder as gordurinhas do braço. A gente que é mulher sabe como é isso, gatam!!!

 Taí a sempre simpática e linda Ana Hickman que, para o bem ou para o mal, caiu no samba e hoje veio de azul, toda trabalhada na bengala pra homenagear o Rei Roberto Carlos. 

E vamo encerrar com a grande ironia do Carnaval, que é colocar a ex mulher do Belo presidiári de rainha de bateria do Salgueiro. Éééé! A bateria que se vestiu de Bope. Aí sim, vi coerência!

Mas coerência mesmo teve o #CamaroteDolly com presenças mais que VIPs! Depois postarei para vocês um resumão dessa, que foi a melhor de todas as coberturas do carnaval 2011. 

Okey? Então OK!