Já vou pedindo desculpa aí pelo título e tal, mas ele é necessário à abordagem que faremos hoje. Trataremos do Pau no cu no seu mais subjetivo e genuíno significado: o cara pau no cu.
Antes que vocês se assustem e tentem fugir dessa realidade, alerto que os PNCs estão por toda parte. Pode ser o bombadinho da academia, o metido a playboy do condomínio, aquele bonitão que fala português errado, ou até o ser desprezível da sua turma de amigos que ninguém sabe por que diabos foi aceito no grupo. Ou pior: pode ser o playboy bombadinho que fala português errado pertencente à sua galera. Se esse for seu caso, tenho uma observação pertinente a fazer: SE FUDEU!!!
Eu acho que ninguém nasce Pau no cu... prefiro acreditar que é uma coisa adquirida, formada pelo meio. Prova disso é que o próprio cu já fica no meio. Do alto dos meus 23 anos, já tirei algumas horas para observar o comportamento Pau no cu. Desde criancinha eu faço isso - daí meu radar para sacar quando um ser humano desprovido de noção está predestinado à Cu-pauzonice. Vamos aos meus faomsos tópicos:
Paus no Cu:
1. Picham muros com um spray comprado em londres no Amex do papaizinho.
Minha consideração: Nem pagar esses trambolhos tu consegue, né porco filho da mãe?
2. Vão à academia se admirar no espelho e inflam o peito quando uma garota passa.
Minha consideração: Homem que é homem infla outra coisa, rapá. Isso aí é coisa de Barbie do banheiro...
3. Batem em mulher
Minha consideração: Sexo frágil é você transando, seu brocha!
4. Passam no vestibular mais furreca e ganham um carro por isso.
Minha consideração: Inveja. Discórdia. Ódio. Mal.
5. Fazem esquenta da balada no posto de gasolina e põem rap no som do carro pra cidade toda ouvir.
Minha consideração: Deixa de ser consumidor e vai morar na favela, trabalhar no corre pra ver qual é.
6. Discotecam na boate do amigo e dançam sem camisa com óculos escuros nas raves.
Minha consideração: botasse pra capinar terreno desde criancinha isso num aconteceria...
Portanto, se você for um jovem pai que ainda tem poder sobre a educação dos filhos, não permita que essa vida atinja seu lar. Por um mundo com menos pessoas enchendo o peito para dar informações batidas e chatas como "tomate é fruta", ou "é pavê ou pá comer" e similares...
Okey? Ok.
domingo, 31 de outubro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
A vida nordestina em São Paulo
Passada a seca do 15, a Guerra de Canudos e a escolha da nova vocalista da banda Magníficos, nós, nordestinos sofredores, ainda somos obrigados a passar por mais um momento de dificuldade e fazer de nossas orelhas um cosplay de penico. Estou falando das pérolas que ouvimos aqui no sudeste por motivos como falta de esclarecimento, falta de educação ou falta de uma boa trepada também.
Tem de tudo e, a cada dia que passa, percebo quão inesgotável é a fonte. Portanto, desenvolvi um bate e volta de algumas perguntas e citações que já ouvi com suas respectivas respostas. Serei representada por um "-" e terceiros serão representados por um "*". Segue:
[ NA LOCADORA DE DVD ]
* Você é cearense?
- Sou...
* Mas você é tão bonita, não pode ser cearense.
- Cala a boca e me atende, balconista.
[ NO RESTAURANTE ]
* É claro que a Dilma vai ganhar, só tem "baiano" votando nela.
- Desculpa... baiano?
* Ah... digo... nordestino. É que nordestino tudo vive de bolsa família.
- Jura? Engraçado, eu sou nordestina, não vivo de bolsa família e não vou votar na Dilma.
* Mas não é todos os nordestinos, só esses pescadores sertanejos aí...
- Pescadores são litorâneos... Ok.
[ NO BARZINHO ]
* Então você é de Fortaleza? Adooooro Recife!
- ...
[ ENQUANTO UMA PESSOA OUVIA JUSTIN BIEBER ]
* Ecaaaa! Quem tá ouvindo Justin Bieber?
- Não sou eu...
* É a Leila! Ela que gosta dessas coisas tipo Calypso!
- Eu? Que tem a ver?
* VocÊ que gosta dessas coisas aí do NORDESTE...
- Meu cu.
[ NO SHOPPING ]
* Você vai comprar esse vestido?
- Vou, gosto da estampa floral.
* Owwwnnn...que bonitinho, também, né? Representa suas raízes e tal.
- Minhas raízes? Mas aqui não tem flores também?
* Ah, mas flor no Nordeste é mais folk.
- Folk é a vaca da tua mãe ovulando pelo touro do teu pai.
[ NO ELEVADOR ]
- Preciso comprar um carregador pro meu mac.
* Você comprou um mac aqui e já queimou?
- Não. Comprei em Fortaleza. Já faz 4 anos.
* Comprou um mac em Fortaleza? Mas pela Internet, né?
- Não. Na loja mesmo ueh...
* Na loja? E tem loja que vende mac em Fortaleza???
- Na loja do MacDonalds. Veio dentro da sacolinha do Mac lanche feliz.
[ NO SUPERMERCADO ]
* Seu sotaque é diferente. Você é mineira?
- Não. Sou cearense.
* Ué, mas você nem fala como pernambucano...
- Talvez por isso sejam estados diferentes.
* Ah, acho tão bonitinho o jeito como vocês falam... Oxente, lindjo...
- Também acho bonitinho o jeito como vocês falam "pobrema", "é nóis", "quer que eu pego pra você?"...
[ NUM TAXI ]
* Esses nordestinos ficam vindo pra cá tentar a vida... lotam a cidade de favela, não tem espaço pra nada.
- Mas a cidade só é desenvolvida, porque nordestinos são uma força de trabalho comprometida e competente. Fora que São Paulo é um pouco Brasília - é terra de ninguém. Foi feita por migrantes e imigrantes. Ela sempre será isso. Quer dizer q italianos e japoneses podem vir, mas nordestinos não? Que cabeça mais rasa a de vocês, não?
* Mas olha esse trânsito aí... tudo engarrafado.
- Então nordestinos moram em favela e têm carro?
* Não, mas eles ficam em ônibos aí...
- (???)
Para deixar claro, eu ADORO São Paulo, mas AMO o Ceará. Só vim por projetos profissionais e busca de experiências culturais novas que, confesso, precisam ser desenvolvidas no meu estado. Mas confesso que me frustrei quando vi que, enquanto chove oportunidade profissional, falta muito de educação básica na cabeça de uma grande parte da população. Principalmente daqueles que moram de aluguel em um apartamentinho ovo, falam inglês no meio da frase e se acham classe média.
Tenho maior orgulho de ser da terra do escritor José de Alencar, do advogado e comediante Chico Anysio, do pai da música clássica erudita no Brasil - Alberto Nepomuceno, de ser neta da minha avó, que é índia e de nunca perder o bom humor e a sagacidade, como todo conterrâneo.
Adoro muita gente aqui e fui muito bem recebida por todos que me cercam. Mas tomo as dores de todo mundo que vem pra cá com projetos pessoais, problemas pessoais q levaram a fazer isso, e é incompreendido e mal recebido. Porque o melhor exercício pra gostosões e gostosonas ainda é inclinar-se para elevar o outro. E isso a gente não aprende em academia.
Okey? Ok.
Tem de tudo e, a cada dia que passa, percebo quão inesgotável é a fonte. Portanto, desenvolvi um bate e volta de algumas perguntas e citações que já ouvi com suas respectivas respostas. Serei representada por um "-" e terceiros serão representados por um "*". Segue:
[ NA LOCADORA DE DVD ]
* Você é cearense?
- Sou...
* Mas você é tão bonita, não pode ser cearense.
- Cala a boca e me atende, balconista.
[ NO RESTAURANTE ]
* É claro que a Dilma vai ganhar, só tem "baiano" votando nela.
- Desculpa... baiano?
* Ah... digo... nordestino. É que nordestino tudo vive de bolsa família.
- Jura? Engraçado, eu sou nordestina, não vivo de bolsa família e não vou votar na Dilma.
* Mas não é todos os nordestinos, só esses pescadores sertanejos aí...
- Pescadores são litorâneos... Ok.
[ NO BARZINHO ]
* Então você é de Fortaleza? Adooooro Recife!
- ...
[ ENQUANTO UMA PESSOA OUVIA JUSTIN BIEBER ]
* Ecaaaa! Quem tá ouvindo Justin Bieber?
- Não sou eu...
* É a Leila! Ela que gosta dessas coisas tipo Calypso!
- Eu? Que tem a ver?
* VocÊ que gosta dessas coisas aí do NORDESTE...
- Meu cu.
[ NO SHOPPING ]
* Você vai comprar esse vestido?
- Vou, gosto da estampa floral.
* Owwwnnn...que bonitinho, também, né? Representa suas raízes e tal.
- Minhas raízes? Mas aqui não tem flores também?
* Ah, mas flor no Nordeste é mais folk.
- Folk é a vaca da tua mãe ovulando pelo touro do teu pai.
[ NO ELEVADOR ]
- Preciso comprar um carregador pro meu mac.
* Você comprou um mac aqui e já queimou?
- Não. Comprei em Fortaleza. Já faz 4 anos.
* Comprou um mac em Fortaleza? Mas pela Internet, né?
- Não. Na loja mesmo ueh...
* Na loja? E tem loja que vende mac em Fortaleza???
- Na loja do MacDonalds. Veio dentro da sacolinha do Mac lanche feliz.
[ NO SUPERMERCADO ]
* Seu sotaque é diferente. Você é mineira?
- Não. Sou cearense.
* Ué, mas você nem fala como pernambucano...
- Talvez por isso sejam estados diferentes.
* Ah, acho tão bonitinho o jeito como vocês falam... Oxente, lindjo...
- Também acho bonitinho o jeito como vocês falam "pobrema", "é nóis", "quer que eu pego pra você?"...
[ NUM TAXI ]
* Esses nordestinos ficam vindo pra cá tentar a vida... lotam a cidade de favela, não tem espaço pra nada.
- Mas a cidade só é desenvolvida, porque nordestinos são uma força de trabalho comprometida e competente. Fora que São Paulo é um pouco Brasília - é terra de ninguém. Foi feita por migrantes e imigrantes. Ela sempre será isso. Quer dizer q italianos e japoneses podem vir, mas nordestinos não? Que cabeça mais rasa a de vocês, não?
* Mas olha esse trânsito aí... tudo engarrafado.
- Então nordestinos moram em favela e têm carro?
* Não, mas eles ficam em ônibos aí...
- (???)
Para deixar claro, eu ADORO São Paulo, mas AMO o Ceará. Só vim por projetos profissionais e busca de experiências culturais novas que, confesso, precisam ser desenvolvidas no meu estado. Mas confesso que me frustrei quando vi que, enquanto chove oportunidade profissional, falta muito de educação básica na cabeça de uma grande parte da população. Principalmente daqueles que moram de aluguel em um apartamentinho ovo, falam inglês no meio da frase e se acham classe média.
Tenho maior orgulho de ser da terra do escritor José de Alencar, do advogado e comediante Chico Anysio, do pai da música clássica erudita no Brasil - Alberto Nepomuceno, de ser neta da minha avó, que é índia e de nunca perder o bom humor e a sagacidade, como todo conterrâneo.
Adoro muita gente aqui e fui muito bem recebida por todos que me cercam. Mas tomo as dores de todo mundo que vem pra cá com projetos pessoais, problemas pessoais q levaram a fazer isso, e é incompreendido e mal recebido. Porque o melhor exercício pra gostosões e gostosonas ainda é inclinar-se para elevar o outro. E isso a gente não aprende em academia.
Okey? Ok.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
A Farmácia
Sempre que posso, vou à Farmácia conferir as últimas tendências em drogas e adjacências.
É regenerador passear entre gôndolas, descobrir produtos, sentir cheiro de éter misturado com aloe vera dos absorventes... Aliás por que diabos fazem absorvente com Aloe Vera? Genitais femininos serão sempre genitais femininos: úmidos e apáticos.
Isso até me lembra o papel higiênico com aroma de pêssego e rico em vitamina E. Gente, fala pra mim: que baitolagem é essa? Pra quê vitaminar a cavidade anal? Ainda mais com vitamina E, que tem tocoferol e evita radicais livres... Que vantagem o ser humano tem em evitar radicais livres logo no único local onde não bate o sol? Né? Ainda tem perfume de fruta! Por que pêssego? Porque lembra uma bundinha? Ah, vá...
Mas farmácias têm curiosidades felizes também, como a seção de perfumaria. Lá, você encontra Shampoo, Condicionador, Hidratante, Sabonete...menos perfume. O que mais tem são produtos pra cabelo!
Shampoo pra cabelo liso, pra cabelo cacheado, pra cabelo colorido, pra cabelo misto, pra todos os tipos de cabelo... epa! Peraí, que porra é essa? Se tinha shampoo pra todos os tipos de cabelo, pra quê inventaram todo esse circo?
Pelo menos os shampoos nos proporcionam momentos íntimos culturais, ou você vai negar que sua literatura de banheiro não é o Modo de Usar?! Seja no chuveiro, ou no vaso sanitário, você pega o frasco do seu shampoo/ condicionador preferido e lê proficientemente o passo a passo do bom manuseio. Sinceramente, eu sou contra Modos de Usar em produtos assim. Já reparou que são todos iguais: "Aplique XXXXX sobre os cabelos úmidos, massageando-os em movimentos circulares. Deixe agir por três minutos e enxague bem.".
Páaaraaaaa! Qual o indivíduo massageia o cabelo em movimento circular e deixa agir por 3 minutos? Evolução, por favor!
É tudo uma grande enganação, que nem no comercial de absorvente - adoro falar disso! Na TV, a mulherada menstrua azul. Vou até falar uma coisa pra vocês: a gente que passou pela transição da infância para a vida de mocinha sabe quão chato é menstruar vermelho. É deprimente descobrir que não existe gel azul correndo nas suas veias.
Falando em propaganda enganosa de farmácia, não esqueçam do case Protex, o sabonete bactericida. Se tem uma coisa que me deixa injuriada, é o gráfico da propaganda, que mostra o sabonete eliminando as bolinhas de bactéria do corpo. Quando você tá quase se convencendo de comprar o produto, ele deixa uma de resto. Uma bactéria. Uma mísera e maldita bactéria. Provavelmente aquela que vai provocar sua morte e a não perpetuação da sua descendência. Porra, Protex! Mata logo tudo aê, meo!
Mas nem só de higiene pessoal vivem as farmácias. Tem os remédios. Tudo bem que eles não sustentam o estabelecimento, mas de vez em quando geral compra, pra ajudar no corre. Claro que nem tudo se pode comprar com liberdade. Remédio para tratamento só é vendido sob prescrição médica! E ainda vem com o recado: ao persistirem os sintomas, o médico deve ser procurado. Só se for pra apanhar, porque é uma puta falta de sacanagem prescrever um bagulho que não surte efeito... Médico escroto!
Então, meus queridos, o post de hoje foi isso. Façam mais passeios na farmácia do seu bairro. Vejam o que há de mais legal e, principalmente, reflitam em cima do que encontrarem. Ali, o couro come e ninguém vê.
É regenerador passear entre gôndolas, descobrir produtos, sentir cheiro de éter misturado com aloe vera dos absorventes... Aliás por que diabos fazem absorvente com Aloe Vera? Genitais femininos serão sempre genitais femininos: úmidos e apáticos.
Isso até me lembra o papel higiênico com aroma de pêssego e rico em vitamina E. Gente, fala pra mim: que baitolagem é essa? Pra quê vitaminar a cavidade anal? Ainda mais com vitamina E, que tem tocoferol e evita radicais livres... Que vantagem o ser humano tem em evitar radicais livres logo no único local onde não bate o sol? Né? Ainda tem perfume de fruta! Por que pêssego? Porque lembra uma bundinha? Ah, vá...
Mas farmácias têm curiosidades felizes também, como a seção de perfumaria. Lá, você encontra Shampoo, Condicionador, Hidratante, Sabonete...menos perfume. O que mais tem são produtos pra cabelo!
Shampoo pra cabelo liso, pra cabelo cacheado, pra cabelo colorido, pra cabelo misto, pra todos os tipos de cabelo... epa! Peraí, que porra é essa? Se tinha shampoo pra todos os tipos de cabelo, pra quê inventaram todo esse circo?
Pelo menos os shampoos nos proporcionam momentos íntimos culturais, ou você vai negar que sua literatura de banheiro não é o Modo de Usar?! Seja no chuveiro, ou no vaso sanitário, você pega o frasco do seu shampoo/ condicionador preferido e lê proficientemente o passo a passo do bom manuseio. Sinceramente, eu sou contra Modos de Usar em produtos assim. Já reparou que são todos iguais: "Aplique XXXXX sobre os cabelos úmidos, massageando-os em movimentos circulares. Deixe agir por três minutos e enxague bem.".
Páaaraaaaa! Qual o indivíduo massageia o cabelo em movimento circular e deixa agir por 3 minutos? Evolução, por favor!
É tudo uma grande enganação, que nem no comercial de absorvente - adoro falar disso! Na TV, a mulherada menstrua azul. Vou até falar uma coisa pra vocês: a gente que passou pela transição da infância para a vida de mocinha sabe quão chato é menstruar vermelho. É deprimente descobrir que não existe gel azul correndo nas suas veias.
Falando em propaganda enganosa de farmácia, não esqueçam do case Protex, o sabonete bactericida. Se tem uma coisa que me deixa injuriada, é o gráfico da propaganda, que mostra o sabonete eliminando as bolinhas de bactéria do corpo. Quando você tá quase se convencendo de comprar o produto, ele deixa uma de resto. Uma bactéria. Uma mísera e maldita bactéria. Provavelmente aquela que vai provocar sua morte e a não perpetuação da sua descendência. Porra, Protex! Mata logo tudo aê, meo!
Mas nem só de higiene pessoal vivem as farmácias. Tem os remédios. Tudo bem que eles não sustentam o estabelecimento, mas de vez em quando geral compra, pra ajudar no corre. Claro que nem tudo se pode comprar com liberdade. Remédio para tratamento só é vendido sob prescrição médica! E ainda vem com o recado: ao persistirem os sintomas, o médico deve ser procurado. Só se for pra apanhar, porque é uma puta falta de sacanagem prescrever um bagulho que não surte efeito... Médico escroto!
Então, meus queridos, o post de hoje foi isso. Façam mais passeios na farmácia do seu bairro. Vejam o que há de mais legal e, principalmente, reflitam em cima do que encontrarem. Ali, o couro come e ninguém vê.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Festa de Pobre
Desculpem a demora deste blog, mas hoje foi um dia beeeem cheio. Não reclamem, pois esses enchertos que pagam minhas contas. Oraporra.
Mas vamos ao que interessa...
Em meio aosaltos e baixos sociais que já vivi, algumas coisas me marcaram bastante. Coisas como festas de pobre. Vou até ser breve na introdução, porque tem muita coisa para mostrar. Como todo ser animado, os pobres gostam de celebrar momentos. Para destacar-se entre os demais, eles costumam priorizar a sinalização em seus festejos de forma bem nítida. Afinal, pra quê placa, se tem a porra das cadeiras de plástico na calçada? Né, não?
Desde o começo da rua você já percebe aquela movimentação de tiazinhas conversando e comendo o famoso "pratinho". Aí você pergunta: "Pra-tiiiiinho?". Aí eu respondo pra você: "Ah, tá bom, senhor abastado... vai dizer que nunca comeu esse troço? Ok...". Vou até fingir que acredito em você, e explicar o que são os "pratinhos".
O pratinho é o ato de comer, dividido em duas etapas. A primeira, com dizem os franceses, é o "petit dejeuner", também famoso "branch", que aqui chamaremos de "cocrétchy". Os "cocrétchy" são os vulgos sagadinhos, as frituras. Variando de fornecedor pra fornecedor, geralmente são combinados e:
- Coxinha (De frango)
- Enroladinho (De creme a base de...ah! Enfim... enroladinho!)
- e Bolinha (São sortidas. Pobre nunca sabe o que vem na bolinha, podendo ser queijo, carne, ou cará tilápia, carinhosamente chamado por eles de Bacalhau). Okey? Ok...
Lembrando que esta é a fase 1 do pratinho. A fase da distração. Porque o "pra valer" da história vem na fase dois, que não tem nada de engana bucho: O JANTAR.
Aniversário de Pobre tem que ter um jantar no estilo americano: cada qual vai lá na mesa (coberta com a toalha do altar gentilmente emprestada pela paróquia), pega um pratinho de plástico, os talherzinhos de plástico e se serve. Opa! Mentira! Quem serve são as tiazinhas gordas da calçada - eis a função delas! Elas dosam a porção exata que a mãe do aniversariante designou. Tendo um pouco de sorte, ao pedir mais, você ouve um "É o que tem pá ôji!".
O cardápio é quase que secular: creme de galinha - honrosamente chamado de estrogonofe, Salpicão de frango (haja hormônio nesse angu!), salada verde (na realidade branca, pois tem acelga, repolho e cebola), arroz e batata palha. Pegou o pratinho? Pegou os talheres? Óóóótimoooo. Agora vem a hora do malabares. Sim, porque no fim dessa sequencia vem os refris. Não espere uma coisa Coca Cola Company... E nem querendo ser desgraçosa demais, mas já sendo...Vai ser refrigereco. Quer saber? Whatever... tá no inferno mesmo, abraça o litro de Dolly, vai...
Agora é sentar na cadeira de plástico, que provavelmente estará escorada na parede cheia de morfo, e posicionar seus aperitivos. Sim, porque, por quais razões o Criador teria feito as pernas humanas, se não para apoiarmos um pratinho de aniversário? O copo de refri pobre gosta de pôr no chão. Muito mais conceito. Pra quando alguém passar perto, gritar: "Eeeei rapaz! Olha o copo aê!".
E, por último, falemos da mesa do bolo. A mesa do bolo consiste em uma releitura do sistema solar, sendo o bolo o próprio astro rei, circulado por órbitas e órbitas de brigadeiros, beijinhos, cajuzinhos (não entendo até hoje a relação desse último ítem), lembrancinhas e... outra garrafa de dois litros? Peraí...? Pra que isso, gente? Pra dizer que tem muito mais de onde veio? Ah vá...
Na mesa do bolo está um tesouro muito mais valioso que o próprio bolo: os docinhos. Tanto, que canta-se o "Parabéns", mas não libera-se o Bolo. O bolo é tipo a atração principal do programa. Só come quem dá audiência até o final. Pobre é tão uó, que deixa de pagar um bolo melhor para pagar uma mocinha guardiã da mesa do bolo. Acho conceito. Acho chique. Acho Okey.
Mas e aí? Gostaram? Identificaram? Okey? Então Ok.
Mas vamos ao que interessa...
Em meio aos
Desde o começo da rua você já percebe aquela movimentação de tiazinhas conversando e comendo o famoso "pratinho". Aí você pergunta: "Pra-tiiiiinho?". Aí eu respondo pra você: "Ah, tá bom, senhor abastado... vai dizer que nunca comeu esse troço? Ok...". Vou até fingir que acredito em você, e explicar o que são os "pratinhos".
O pratinho é o ato de comer, dividido em duas etapas. A primeira, com dizem os franceses, é o "petit dejeuner", também famoso "branch", que aqui chamaremos de "cocrétchy". Os "cocrétchy" são os vulgos sagadinhos, as frituras. Variando de fornecedor pra fornecedor, geralmente são combinados e:
- Coxinha (De frango)
- Enroladinho (De creme a base de...ah! Enfim... enroladinho!)
- e Bolinha (São sortidas. Pobre nunca sabe o que vem na bolinha, podendo ser queijo, carne, ou cará tilápia, carinhosamente chamado por eles de Bacalhau). Okey? Ok...
Lembrando que esta é a fase 1 do pratinho. A fase da distração. Porque o "pra valer" da história vem na fase dois, que não tem nada de engana bucho: O JANTAR.
Aniversário de Pobre tem que ter um jantar no estilo americano: cada qual vai lá na mesa (coberta com a toalha do altar gentilmente emprestada pela paróquia), pega um pratinho de plástico, os talherzinhos de plástico e se serve. Opa! Mentira! Quem serve são as tiazinhas gordas da calçada - eis a função delas! Elas dosam a porção exata que a mãe do aniversariante designou. Tendo um pouco de sorte, ao pedir mais, você ouve um "É o que tem pá ôji!".
O cardápio é quase que secular: creme de galinha - honrosamente chamado de estrogonofe, Salpicão de frango (haja hormônio nesse angu!), salada verde (na realidade branca, pois tem acelga, repolho e cebola), arroz e batata palha. Pegou o pratinho? Pegou os talheres? Óóóótimoooo. Agora vem a hora do malabares. Sim, porque no fim dessa sequencia vem os refris. Não espere uma coisa Coca Cola Company... E nem querendo ser desgraçosa demais, mas já sendo...Vai ser refrigereco. Quer saber? Whatever... tá no inferno mesmo, abraça o litro de Dolly, vai...
Agora é sentar na cadeira de plástico, que provavelmente estará escorada na parede cheia de morfo, e posicionar seus aperitivos. Sim, porque, por quais razões o Criador teria feito as pernas humanas, se não para apoiarmos um pratinho de aniversário? O copo de refri pobre gosta de pôr no chão. Muito mais conceito. Pra quando alguém passar perto, gritar: "Eeeei rapaz! Olha o copo aê!".
E, por último, falemos da mesa do bolo. A mesa do bolo consiste em uma releitura do sistema solar, sendo o bolo o próprio astro rei, circulado por órbitas e órbitas de brigadeiros, beijinhos, cajuzinhos (não entendo até hoje a relação desse último ítem), lembrancinhas e... outra garrafa de dois litros? Peraí...? Pra que isso, gente? Pra dizer que tem muito mais de onde veio? Ah vá...
Na mesa do bolo está um tesouro muito mais valioso que o próprio bolo: os docinhos. Tanto, que canta-se o "Parabéns", mas não libera-se o Bolo. O bolo é tipo a atração principal do programa. Só come quem dá audiência até o final. Pobre é tão uó, que deixa de pagar um bolo melhor para pagar uma mocinha guardiã da mesa do bolo. Acho conceito. Acho chique. Acho Okey.
Mas e aí? Gostaram? Identificaram? Okey? Então Ok.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
A paquera
Há quatro meses estou solteira. Quatro meses sem um ombro para chorar, sem um parceiro de carinho fixo, sem uma companhia para ver filme com chocolate quente debaixo do edredom, entre outras coisas mais baixas. É, caros leitores... Não é fácil reaprender a conquistar pessoas. Acho que esqueci dessa coisa toda, mas é como diz o provérbio fenício: “Foda-se!”.
Vou falar, porque eu não sou baú pra ficar guardando coisa: não sei paquerar. Sou tímida. Não sei nem por onde começar um xaveco, por isso eu bêbada funciono melhor. Fico totalmente sincera e não respondo por mim. Insuportavelmente como eu adoraria ser na vida real.
Já tentei paquerar de todo jeito, mas a expressão de charme que eu jogo pros meninos é a mesma que eu faço no trânsito, para avisar que o cinto de segurança está para fora, ou que a porta não fechou direito... O Povo não entende.
Daí que quero xavecar um cara, costumo não falar. Falo o mínimo, fico muito tensa. Portanto, se você é meu amigo e está me achando calada, introspectiva e bruta, é porque provavelmente estou na sua. Mas atenção: não confunda as coisas e não pense que vai passar disso. Porque não vai. Autistas como eu têm um propósito de vida muito maior que qualquer coisa: fazer porra nenhuma a respeito de algo. Ando tão, mas tão, mas tão solteira nos últimos tempos, que se um cara chegar junto e eu disser COMPROMETIDA, é porque eu compro mesmo!
Meu último fora foi na academia, quando eu encarava um menino lindo que tinha lá. Depois de muita troca de olhares, ele se aproxima e diz: “Você tá aqui faz tempo?”, “Não... na verdade... seis meses. É que eu curto mais os aeróbicos, spinning e tal... mas malho mais no sábado. Você é do turno da tarde, certo?”, respondi. “Certo, - ele disse - mas eu tava perguntando se você tá nesse aparelho faz tempo. Eu quero usar”. E foi isso, gente. Tia Leila não é hit do Luan Santana, mas é só sucesso!!!
Ser mulher, canceriana e nerd é muito para minha estrutura metabólica. Mas um dia encontrarei a tampinha da minha panela. Um michê baratinho, desses que levam o vídeo cassete, mas ligam no dia seguinte... Por enquanto, o único fogo que arde sem se ver aqui dentro, se chama gastrite.
Okey? Ok.
O Supermercado
Morar em Higienópolis não te dá muitas opções e você tem de escolher entre Pão de Açúcar da Angélica e Pão de Açúcar da Maria Antônia.
Não entendo tanto de mensagem subliminar, mas sempre que olho a placa "O que faz você feliz?", na entrada, vejo as letras se embaralhando e formando algo como "Sua pobre de merda, sai daqui!". Mas eu entro. Sou bem polêmica...
Aí dou um passeio pelas gôndolas e percebo que há implícita uma pesquisa de mercado. Itens como Requeijão Lulitati e Iogurte de Saco são o divisor de águas entre quem é Target e quem é espírito zombeteiro. E não se enganem: eles vêem tudo pelo circuito de câmeras!
Foi no Pão de Açucar da Angélica que eu descobri por que Ômega 3 faz bem pro coração. É só olhar quanto custa um quilo de salmão que você tem uma leve taquicardia. Tenho sérias desconfianças que pobre não tem veia mitral.
Mas existem dois momentos na vida que equiparam o indivíduo afortunado do desprovido: a morte e a hora de pagar as compras no caixa. Independente do que você esteja levando (de um pacote de torradas à feira do mês), eles perguntam "Só isso mesmo, senhora?". A novidade fica por conta da saudação Nota Paulista, que virou o novo Bom Dia. Aliás, lembre-me de ensinar meus filhos a falar "Com licença, Por favor, Obrigado e CPF na Nota?".
Não costumo comprar muita coisa, afinal, a grana não dá. Geralmente fico nos ovos, na manteiga, no leite, no biscoito recheado, no macarrão e croutons. A propósito, croutons têm segurado a barra por aqui, heim! São um verdadeiro exemplo de perseverança. Foram o pão rejeitado que tentou a vida como torrada e agora têm uma nova razão de ser. Profundo isso...
Tem também um suco de laranja bem gostoso que eu compro sempre, chamado Xandô. Por sinal, é a única bebida que consigo comprar em supermercados de nível. Até pretendo criar um evento na José Paulino: a Promenade Xandô. Vai ser boca de confusão!
Depois escrevo mais. Bateu uma preguiça... Vou ali no PDA comprar biscoito Passatempo Zoo Vitaminado. Acho nutritiva a sequencia de macacos coloridos. Sinto as vitaminas percorrendo meu ser.
Okey? Ok.
Não entendo tanto de mensagem subliminar, mas sempre que olho a placa "O que faz você feliz?", na entrada, vejo as letras se embaralhando e formando algo como "Sua pobre de merda, sai daqui!". Mas eu entro. Sou bem polêmica...
Aí dou um passeio pelas gôndolas e percebo que há implícita uma pesquisa de mercado. Itens como Requeijão Lulitati e Iogurte de Saco são o divisor de águas entre quem é Target e quem é espírito zombeteiro. E não se enganem: eles vêem tudo pelo circuito de câmeras!
Foi no Pão de Açucar da Angélica que eu descobri por que Ômega 3 faz bem pro coração. É só olhar quanto custa um quilo de salmão que você tem uma leve taquicardia. Tenho sérias desconfianças que pobre não tem veia mitral.
Mas existem dois momentos na vida que equiparam o indivíduo afortunado do desprovido: a morte e a hora de pagar as compras no caixa. Independente do que você esteja levando (de um pacote de torradas à feira do mês), eles perguntam "Só isso mesmo, senhora?". A novidade fica por conta da saudação Nota Paulista, que virou o novo Bom Dia. Aliás, lembre-me de ensinar meus filhos a falar "Com licença, Por favor, Obrigado e CPF na Nota?".
Não costumo comprar muita coisa, afinal, a grana não dá. Geralmente fico nos ovos, na manteiga, no leite, no biscoito recheado, no macarrão e croutons. A propósito, croutons têm segurado a barra por aqui, heim! São um verdadeiro exemplo de perseverança. Foram o pão rejeitado que tentou a vida como torrada e agora têm uma nova razão de ser. Profundo isso...
Tem também um suco de laranja bem gostoso que eu compro sempre, chamado Xandô. Por sinal, é a única bebida que consigo comprar em supermercados de nível. Até pretendo criar um evento na José Paulino: a Promenade Xandô. Vai ser boca de confusão!
Depois escrevo mais. Bateu uma preguiça... Vou ali no PDA comprar biscoito Passatempo Zoo Vitaminado. Acho nutritiva a sequencia de macacos coloridos. Sinto as vitaminas percorrendo meu ser.
Okey? Ok.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
O Dia das Crianças
12 de Outubro e eu lembrei de uma par de coisa da minha infância sofrida, com momentos de abusos sexuais que quero esquecer. Rá! Mentira! Eu adorava aquilo! Ok. Agora vamos à realidade...
Meu pai era cozinheiro da Marinha Mercanti e nós viajávamos pelo mundo. Nossos brinquedos, roupas e demais ítens supérfluos vinham da gringa. Convenhamos: essa vida não era normal e eu morria de vergonha. Eu simplesmente desaparecia por meses, por conta de uma viagem internacional, e voltava sem mais nem menos para a sala de aula. Então eu falava que estava doente. Eu era uma criança beeeem doente.
Dentre as estranhezas da minha família, estava a de não dar mesada. Todo mundo ganhava alguma coisa por mês, mas a gente não. Minha mãe e minha avó, católicas fervorosas, diziam que quem ganhava mesada dali uns anos ia dar "mãozada" na cara dos pais. Eu acreditava. Acontece que eu nunca comi um lanche de cantina. Sempre tinha que levar uma lancheira de casa, dessas compradas na gringa, com personagens ainda não famosos no Brasil. Minhas amigas cultuando a Moranguinho e a Barbie e eu com uma lancheira do Keropi. Os meninos com uma mochila do Jaspion e do Pica Pau e meus irmãos com material escolar do Dragon Ball Z, Power Rangers 3 e Turné Black And White do Michael Jackson. Oi?
O pior era abrir a lancheira e dar de cara com uma banana em putrefação. Nossa mãe acreditava piamente no poder nutritivo de uma banana por recreio. Enquanto isso, o cheiro de coxinha, pão de queijo e sódio dominavam a escola. Nós três, só na vontade...
Para quem não sabe, eu nasci no dia de São João, então, era obrigação ser a mais "caipira" dos festejos da escola. Meus pais, por sua vez, me punham com roupa de Oktoberfest, ano a ano. Eles REALMENTE achavam que a Oktoberfest era a mesma coisa que Festa Junina, com diferença de 4 meses.
O Dia das Crianças lá em casa equivalia ao Advento. Ou seja, chegava 12 de Outubro, pedíamos um brinquedo e ganháva-mos a resposta "Não. Natal tá bem aí e vocês já vão ganhar presente". Acho que em nennhuma outra família a vinda do messias era tão esperada.
No Natal, vivíamos no embate entre Mãe e Pai (que nos iludiam com presentes "deixados" embaixo da cama) e nossa avó (que negava a existência do Papai Noel, dizendo que ele era coisa do demônio). Aí viramos crianças barrocas, aceitando presente do capeta em uma alegria que ia do sagrado ao profano... Acho que é isso. Feliz Dia das Crianças a todos.
Okey? Então Ok.
Meu pai era cozinheiro da Marinha Mercanti e nós viajávamos pelo mundo. Nossos brinquedos, roupas e demais ítens supérfluos vinham da gringa. Convenhamos: essa vida não era normal e eu morria de vergonha. Eu simplesmente desaparecia por meses, por conta de uma viagem internacional, e voltava sem mais nem menos para a sala de aula. Então eu falava que estava doente. Eu era uma criança beeeem doente.
Dentre as estranhezas da minha família, estava a de não dar mesada. Todo mundo ganhava alguma coisa por mês, mas a gente não. Minha mãe e minha avó, católicas fervorosas, diziam que quem ganhava mesada dali uns anos ia dar "mãozada" na cara dos pais. Eu acreditava. Acontece que eu nunca comi um lanche de cantina. Sempre tinha que levar uma lancheira de casa, dessas compradas na gringa, com personagens ainda não famosos no Brasil. Minhas amigas cultuando a Moranguinho e a Barbie e eu com uma lancheira do Keropi. Os meninos com uma mochila do Jaspion e do Pica Pau e meus irmãos com material escolar do Dragon Ball Z, Power Rangers 3 e Turné Black And White do Michael Jackson. Oi?
O pior era abrir a lancheira e dar de cara com uma banana em putrefação. Nossa mãe acreditava piamente no poder nutritivo de uma banana por recreio. Enquanto isso, o cheiro de coxinha, pão de queijo e sódio dominavam a escola. Nós três, só na vontade...
Para quem não sabe, eu nasci no dia de São João, então, era obrigação ser a mais "caipira" dos festejos da escola. Meus pais, por sua vez, me punham com roupa de Oktoberfest, ano a ano. Eles REALMENTE achavam que a Oktoberfest era a mesma coisa que Festa Junina, com diferença de 4 meses.
O Dia das Crianças lá em casa equivalia ao Advento. Ou seja, chegava 12 de Outubro, pedíamos um brinquedo e ganháva-mos a resposta "Não. Natal tá bem aí e vocês já vão ganhar presente". Acho que em nennhuma outra família a vinda do messias era tão esperada.
No Natal, vivíamos no embate entre Mãe e Pai (que nos iludiam com presentes "deixados" embaixo da cama) e nossa avó (que negava a existência do Papai Noel, dizendo que ele era coisa do demônio). Aí viramos crianças barrocas, aceitando presente do capeta em uma alegria que ia do sagrado ao profano... Acho que é isso. Feliz Dia das Crianças a todos.
Okey? Então Ok.
domingo, 10 de outubro de 2010
8 passos para ser um grande Publicitário
Muita gente me conhece só de Internet, o que implica que pouco sabe-se de mim . Pois bem, vou revelando um pouco mais de Leila por Leila.
Sou formada em Moda, com especialização em Marketing e recentemente migrei para Publicidade. De certo, preciso fazer alguns ajustes para me sentir totalmente imersa nessa nova área. Para que você entenda o que estou falando e, se você tem aspirações de um dia virar um grande publicitário, vou dividir a carreira deste profissional em etapas sequenciais:
1. Tenha uma calça Diesel. É o começo de tudo. Isso vai alavancar sua carreira exponencialmente. Portanto, junte o troquinho da passagem, mais o que sobrar do seu mísero salário de estagiário e assegure um lugar ao sol.
2. Adquira um IPhone. De preferência, o 4. Aliás, fodam-se as versões anteriores! Você precisa, você deve, você tem que ter um IPhone 4. Como um ser humano poderia nascer sem um??? Agora vá se lavar e só me volte aqui com um aparelho novo da Apple.
3. Apple. Não vou nem entrar em detalhes... Macbooks são outro passaporte para o sucesso e tenha sempre na ponta da lingua frases como "é porque eu gosto de design", "o processador é melhor" ou "Estou estudando animação".
4. O Blazer. Agora que já tem o duo Diesel + Apple, você está preparado para um novo avatar: o blazer. Pode ser preto, azul marinho, ou creme. O importante é combinar com seu novo estilo sou-despojado-com-roupas-ultra-caras. Um tênis e uma tee shirt vão garantir o look estudei-fora-mas-sou-humilde.
5. Leryfrooshies. Falando em morar fora, saiba de uma coisa: de nada adiantará ter todo o aparato acima, se você não falar inglês no meio da frase. Termos como Brand Awareness no lugar de Consciência ou Valor de Marca, Target no lugar de Público Alvo e Follow Up no lugar de cronograma são muito comuns. Isso prova que você estudou dois idiomas e viajava para Orlando nas férias da escola. É mais conceito.
6. Sinta Vergonha Alheia. Por tudo e por todos, afinal, publicitários não erram, não dão vexame e não fazem nada que não seja engraçado e criativo. Em síntese, você é foda e está coberto por um manto sagrado com campo de força quântica intocável. Sua mãe não passou talco, e sim, polvilhou cocaína em você. Você é o vulgo O CARA.
7. Faça trocadilhos. Trocadilhos são mais que piadas - são instrumento de trabalho. Um deles vai te ser útil para um trabalho e todos vão lhe aplaudir por isso. Ah! E não esqueça: quando falar um trocadilho engraçado e criativo, espalme as duas mãos para o alto (simulando uma faixa tensionada) e grite: Cannes!
8. Os prêmios. Ganhou Cannes? Que bom. Agora tudo o que você precisa fazer é encontrar um local bacana na sua mesa, entre toys, canecas e mini carrinhos a fricção, para alocar seus Leões (troféus). Isso lhe tornará ainda mais superior, mais foda, mais incrível e mais filhadaputamente deus que os contemporâneos que trabalham com você. =)
É mais ou menos assim que a coisa funciona... Na verdade, só tenho dois meses e meio de caminhada e vou falar: gosto pra caramba disso tudo! Com o tempo vou confirmando se é isso mesmo, ou se me enganei...
Okey? Ok.
Sou formada em Moda, com especialização em Marketing e recentemente migrei para Publicidade. De certo, preciso fazer alguns ajustes para me sentir totalmente imersa nessa nova área. Para que você entenda o que estou falando e, se você tem aspirações de um dia virar um grande publicitário, vou dividir a carreira deste profissional em etapas sequenciais:
1. Tenha uma calça Diesel. É o começo de tudo. Isso vai alavancar sua carreira exponencialmente. Portanto, junte o troquinho da passagem, mais o que sobrar do seu mísero salário de estagiário e assegure um lugar ao sol.
2. Adquira um IPhone. De preferência, o 4. Aliás, fodam-se as versões anteriores! Você precisa, você deve, você tem que ter um IPhone 4. Como um ser humano poderia nascer sem um??? Agora vá se lavar e só me volte aqui com um aparelho novo da Apple.
3. Apple. Não vou nem entrar em detalhes... Macbooks são outro passaporte para o sucesso e tenha sempre na ponta da lingua frases como "é porque eu gosto de design", "o processador é melhor" ou "Estou estudando animação".
4. O Blazer. Agora que já tem o duo Diesel + Apple, você está preparado para um novo avatar: o blazer. Pode ser preto, azul marinho, ou creme. O importante é combinar com seu novo estilo sou-despojado-com-roupas-ultra-caras. Um tênis e uma tee shirt vão garantir o look estudei-fora-mas-sou-humilde.
5. Leryfrooshies. Falando em morar fora, saiba de uma coisa: de nada adiantará ter todo o aparato acima, se você não falar inglês no meio da frase. Termos como Brand Awareness no lugar de Consciência ou Valor de Marca, Target no lugar de Público Alvo e Follow Up no lugar de cronograma são muito comuns. Isso prova que você estudou dois idiomas e viajava para Orlando nas férias da escola. É mais conceito.
6. Sinta Vergonha Alheia. Por tudo e por todos, afinal, publicitários não erram, não dão vexame e não fazem nada que não seja engraçado e criativo. Em síntese, você é foda e está coberto por um manto sagrado com campo de força quântica intocável. Sua mãe não passou talco, e sim, polvilhou cocaína em você. Você é o vulgo O CARA.
7. Faça trocadilhos. Trocadilhos são mais que piadas - são instrumento de trabalho. Um deles vai te ser útil para um trabalho e todos vão lhe aplaudir por isso. Ah! E não esqueça: quando falar um trocadilho engraçado e criativo, espalme as duas mãos para o alto (simulando uma faixa tensionada) e grite: Cannes!
8. Os prêmios. Ganhou Cannes? Que bom. Agora tudo o que você precisa fazer é encontrar um local bacana na sua mesa, entre toys, canecas e mini carrinhos a fricção, para alocar seus Leões (troféus). Isso lhe tornará ainda mais superior, mais foda, mais incrível e mais filhadaputamente deus que os contemporâneos que trabalham com você. =)
É mais ou menos assim que a coisa funciona... Na verdade, só tenho dois meses e meio de caminhada e vou falar: gosto pra caramba disso tudo! Com o tempo vou confirmando se é isso mesmo, ou se me enganei...
Okey? Ok.
sábado, 9 de outubro de 2010
A Caristia
Aqui em São Paulo tudo é caro. Ab-sur-da-men-te caro. Pra vocês terem uma ideia, um PF no Itaim Bibi custa 17 mangos, em média, e o seu cabelo ainda sai com cheiro de bisteca e ossobuco. Por isso eu saio por aí falando que uso shampoo de Tutano. Que é pra não ter problema.
Além disso, o estacionamento é surreal: 10 contos a hora. Tem gente que fecha pacote de 200, 300 reais o mês. Agora calculem comigo: foder por se foder, é melhor juntar 20 reais e pegar um gato véio na Augusta. No fim das contas, você viu a cara de quem arranhou a mercadoria e ainda troca o óleo.
Se você for mais fundamentalista com a grana, junta os 300 reais do estacionamento, mais os 20 do programa e dá de parcela num carrinho. Ok... isso não dá parcela de carro nenhum... mas sei lá... dá de entrada numa moto, numa vespa, ou num Celta mesmo.
Eu que não me meto a besta de comprar carro aqui. Fora que pobre descobriu o que é ecologia, então, andar de ônibus virou uma opção mais verde. Que o diga as catarradas que a gente dá depois que pega uma gripe ali dentro... Mas caminhar também é saudável, gente. Andar emagrece.
Aliás, foi tentando emagrecer que eu me inscrevi numa academia aqui em Higienópolis. Malhar em um bairro judeu tem sido muito, muito compensador - pergunta lá no caixa da academia o tanto de cheque que já foi compensado! Você perde peso muito fácil - começando pelo da carteira, passando pelas jóias, compras de supermercado que diminuem, órgãos que você vende... Minha meta é chegar até o fim do ano com... vida.
Okey? Ok.
Além disso, o estacionamento é surreal: 10 contos a hora. Tem gente que fecha pacote de 200, 300 reais o mês. Agora calculem comigo: foder por se foder, é melhor juntar 20 reais e pegar um gato véio na Augusta. No fim das contas, você viu a cara de quem arranhou a mercadoria e ainda troca o óleo.
Se você for mais fundamentalista com a grana, junta os 300 reais do estacionamento, mais os 20 do programa e dá de parcela num carrinho. Ok... isso não dá parcela de carro nenhum... mas sei lá... dá de entrada numa moto, numa vespa, ou num Celta mesmo.
Eu que não me meto a besta de comprar carro aqui. Fora que pobre descobriu o que é ecologia, então, andar de ônibus virou uma opção mais verde. Que o diga as catarradas que a gente dá depois que pega uma gripe ali dentro... Mas caminhar também é saudável, gente. Andar emagrece.
Aliás, foi tentando emagrecer que eu me inscrevi numa academia aqui em Higienópolis. Malhar em um bairro judeu tem sido muito, muito compensador - pergunta lá no caixa da academia o tanto de cheque que já foi compensado! Você perde peso muito fácil - começando pelo da carteira, passando pelas jóias, compras de supermercado que diminuem, órgãos que você vende... Minha meta é chegar até o fim do ano com... vida.
Okey? Ok.
E aí, beleza?
Este é o primeiro post do meu milhonésimo blog. Já tive blog sobre tudo quanto é assunto. O que isso significa? Que eu era uma nerd desocupada com mania de escrita?
Isso quer dizer que eu nunca falei de mim. E eu acho que está na hora. Aí você fala: mas, tia Leila... você vai se expor!!! Aí eu falo para você: vai tomar no cu! O blog é meu e eu escrevo o que eu quiser. Okey? Ok.
Então vamos começar falando da minha vida pós vinda para São Paulo. Para quem não sabe - e acho importante saberem, pois vai que um dia eu vire uma pessoa muito importante... né? - eu sou cearense (vide caixa craniana na foto) e recentemente vim morar na dita cidade caos (os paulistanos pensam que não existe metrópole em outras capitais. Fico constrangida de contar e tenho medo de ferir os sentimentos deles).
Além de mídia expressiva, vou tomar esse espaço como uma forma de entreter leitores e dar notícias para minha família de 13 irmãos lá no semi árido (Descrevo assim, porque faz parte do plano de manter paulistanos iludidos! ;] Okey? Ok.).
Chega, não quero textos muito compridos. Para uma apresentação, acho que está bom.
Nosso blog terá regrinhas básicas.
- Falarei palavrão, então, se você se acha feio uma garota como eu falando pornografias e palavras de baixo calão... Foda-se! Pau no seu cu!
- Falarei coisas bonitas, românticas e mela cueca exporadicamente. Sou humana.
- Falarei idiotices banais com gracejos. Sou inteligente e não vivo sem um trocadilho.
- A imagem de ilustração dos posts não tem nada a ver com eles. É só um plus visual para não deixar o texto tão chato e você ler até o fim na esperança de uma explicação para o que acabou de ver.
- Leu uma vez, lerá o resto. Isso é uma ameaça. Sei onde tu mora, conheço tua família. Perdeu, playboy.
Okey? Ok.
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