terça-feira, 12 de outubro de 2010

A paquera

Há quatro meses estou solteira. Quatro meses sem um ombro para chorar, sem um parceiro de carinho fixo, sem uma companhia para ver filme com chocolate quente debaixo do edredom, entre outras coisas mais baixas. É, caros leitores... Não é fácil reaprender a conquistar pessoas. Acho que esqueci dessa coisa toda, mas é como diz o provérbio fenício:  “Foda-se!”.

Vou falar, porque eu não sou baú pra ficar guardando coisa: não sei paquerar. Sou tímida. Não sei nem por onde começar um xaveco, por isso eu bêbada funciono melhor. Fico totalmente sincera e não respondo por mim. Insuportavelmente como eu adoraria ser na vida real.
Já tentei paquerar de todo jeito, mas a expressão de charme que eu jogo pros meninos é a mesma que eu faço no trânsito, para avisar que o cinto de segurança está para fora, ou que a porta não fechou direito... O Povo não entende.
Daí que quero xavecar um cara, costumo não falar. Falo o mínimo, fico muito tensa. Portanto, se você é meu amigo e está me achando calada, introspectiva e bruta, é porque provavelmente estou na sua. Mas atenção: não confunda as coisas e não pense que vai passar disso. Porque não vai. Autistas como eu têm um propósito de vida muito maior que qualquer coisa: fazer porra nenhuma a respeito de algo. Ando tão, mas tão, mas tão solteira nos últimos tempos, que se um cara chegar junto e eu disser COMPROMETIDA, é porque eu compro mesmo!

Meu último fora foi na academia, quando eu encarava um menino lindo que tinha lá. Depois de muita troca de olhares, ele se aproxima e diz: “Você tá aqui faz tempo?”, “Não... na verdade... seis meses. É que eu curto mais os aeróbicos, spinning e tal... mas malho mais no sábado. Você é do turno da tarde, certo?”, respondi. “Certo, - ele disse - mas eu tava perguntando se você tá nesse aparelho faz tempo. Eu quero usar”. E foi isso, gente. Tia Leila não é hit do Luan Santana, mas é só sucesso!!!
Ser mulher, canceriana e nerd é muito para minha estrutura metabólica. Mas um dia encontrarei a tampinha da minha panela. Um michê baratinho, desses que levam o vídeo cassete, mas ligam no dia seguinte... Por enquanto, o único fogo que arde sem se ver aqui dentro, se chama gastrite.
Okey?  Ok.

6 comentários:

  1. Adorei! Me identifico! Eu sou meio Raj do TBBT, só falo qd bebo alguma coisa... hahaha

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  2. gostei ;)
    realmente filme com chocolate faz falta
    ok? ok

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  3. hahahaha.. eu estou solteira ha menos tempo, sinto-me um ET na balada, não sei paquerar, nem ser paquerada.. apaixono-me pelos amigos.. complexo esse mundo "solteiril"!!

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  4. deixa fluir...qdo se pensa mto na coisa...não acontece!!!ahhh e dá um charminho de vez em qdo, paquerar deixa para os outros! porque sim, tu és linda!!!...agora aquele que queria a maquina deve olhar mais para os biceps dele ..hehe...e beber é bom! liberta a nossa imaginação :)))

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  5. Bem, pelo menos pra mim, a paquera é a parte mais fácil. Difícil é manter depois. Mas o negócio é relaxar mesmo e deixar rolar, se for o caso.

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  6. Garota, eu vi muita coisa aqui.
    Principalmente o humor cativante que tem embaixo desse seu tapete sorridente.

    Confesso que já tentei escrever assim, mas sempre acabo apagando as 22 páginas que produzo por achar que apens eu entendo a graça das associações.

    Eu vou te seguir pra ver até onde você consegue fazer do cinto de segurança deslocado e do aparelho de academia uma história ainda mais feliz de se ler.

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