segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Dia das Crianças

12 de Outubro e eu lembrei de uma par de coisa da minha infância sofrida, com momentos de abusos sexuais que quero esquecer. Rá! Mentira! Eu adorava aquilo! Ok. Agora vamos à realidade...

                                                
Meu pai era cozinheiro da Marinha Mercanti e nós viajávamos pelo mundo. Nossos brinquedos, roupas e demais ítens supérfluos vinham da gringa. Convenhamos: essa vida não era normal e eu morria de vergonha. Eu simplesmente desaparecia por meses, por conta de uma viagem internacional, e voltava sem mais nem menos para a sala de aula. Então eu falava que estava doente. Eu era uma criança beeeem doente.

Dentre as estranhezas da minha família, estava a de não dar mesada. Todo mundo ganhava alguma coisa por mês, mas a gente não. Minha mãe e minha avó, católicas fervorosas, diziam que quem ganhava mesada dali uns anos ia dar "mãozada" na cara dos pais. Eu acreditava. Acontece que eu nunca comi um lanche de cantina. Sempre tinha que levar uma lancheira de casa, dessas compradas na gringa, com personagens ainda não famosos no Brasil. Minhas amigas cultuando a Moranguinho e a Barbie e eu com uma lancheira do Keropi. Os meninos com uma mochila do Jaspion e do Pica Pau e meus irmãos com material escolar do Dragon Ball Z, Power Rangers 3 e Turné Black And White do Michael Jackson. Oi?



O pior era abrir a lancheira e dar de cara com uma banana em putrefação. Nossa mãe acreditava piamente no poder nutritivo de uma banana por recreio. Enquanto isso, o cheiro de coxinha, pão de queijo e sódio dominavam a escola. Nós três, só na vontade...

Para quem não sabe, eu nasci no dia de São João, então, era obrigação ser a mais "caipira" dos festejos da escola. Meus pais, por sua vez, me punham com roupa de Oktoberfest, ano a ano. Eles REALMENTE achavam que a Oktoberfest era a mesma coisa que Festa Junina, com diferença de 4 meses.

O Dia das Crianças lá em casa equivalia ao Advento. Ou seja, chegava 12 de Outubro, pedíamos um brinquedo e ganháva-mos a resposta "Não. Natal tá bem aí e vocês já vão ganhar presente". Acho que em nennhuma outra família a vinda do messias era tão esperada.

No Natal, vivíamos no embate entre Mãe e Pai (que nos iludiam com presentes "deixados" embaixo da cama) e nossa avó (que negava a existência do Papai Noel, dizendo que ele era coisa do demônio). Aí viramos crianças barrocas, aceitando presente do capeta em uma alegria que ia do sagrado ao profano... Acho que é isso. Feliz Dia das Crianças a todos.

Okey? Então Ok.

3 comentários:

  1. A revolução do 25 de Abril em Portugal levou-me para o Brasil...mas está ai!...estudei no Rio de janeiro qdo tinha 5 anos aos 7 anos..não se pode dzer que nessa altura se estudava!hehe...mas as minhas memórias vão pra hora do lanche..e tb levei uma lancheira mto básica! Eram anos 75 ..outros tempos...que saudades... meu colegio era em copacabana! ir á praia e beber um delicioso mate limão que devia ser feito na favela mas de um gosto único! Bem as favelas no Rio naquele tempo eram conominios de luxo :))) comparadas com as de agora!:( (que já não existe) agora vendem um tal de mate leão que é mal de mais! kkk... a barra da tijuca era só praia e pouco mais...posso dizer que vi o Rio crescer!!! chorei qdo meus pais decidiram voltar pra Portugal (nossa terra natal)...qdo estava a gostar daquilo, vamos embora!!! Não é justo!!!hehehe ..recordações de uma infancia bem vivida...quero ser criança outra vez..alias ainda sou! :))))

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  2. eu tb nunca comi lanche na cantina
    pobres crianças traumatizadas
    dai cresce e trabalha com publicidade... é tudo previsivel, pode ver ;)

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  3. Leiloca, vai ler Castelo de Vidro.
    Você vai se identificar com a protagonista.

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